
A cultura, em suas mais variadas expressões, é um pilar essencial para a formação de uma sociedade mais justa, criativa e consciente de seus direitos. Como ferramenta de transformação social, ela possui o poder de ampliar horizontes, promover a empatia e fortalecer os laços comunitários. Entretanto, para que esse potencial seja plenamente aproveitado, é necessário superar os desafios que o segmento cultural enfrenta, como a dificuldade de acesso a recursos e financiamentos.
Historicamente, os artistas, coletivos e instituições culturais têm encontrado barreiras para viabilizar seus projetos. Essas dificuldades decorrem, em parte, da falta de políticas públicas consistentes e de uma burocracia que muitas vezes exclui pequenos grupos e iniciativas periféricas do acesso ao financiamento. Soma-se a isso a percepção equivocada de que a cultura é secundária, quando, na verdade, ela é um motor para o desenvolvimento humano e social, a começar pela economia: segundo dados publicados em 2023 pelo Observatório Itaú Cultural, a cultura e as indústrias criativas representam 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Esse valor é maior do que o da indústria automotiva, que representa 2,50%1.
Além de sua contribuição direta ao PIB, a economia criativa é uma importante geradora de empregos. Em 2022, o setor criou 308,7 mil novos postos de trabalho em comparação com 2021, totalizando 7,4 milhões de empregos formais e informais, o que equivale a 7% do total de trabalhadores na economia brasileira.
Investimentos em cultura também demonstram um retorno econômico significativo. Estudos indicam que cada real investido pela Lei Paulo Gustavo gerou um retorno de R$ 6,51 na economia do estado do Rio de Janeiro em 2023.
Desde a infância, a exposição a diferentes linguagens culturais – como dança, música, teatro, cultura alimentar, folclore e jogos tradicionais – é essencial para a formação de cidadãos críticos e criativos. Essas vivências enriquecem a capacidade de interpretação do mundo e fomentam o pensamento independente. Crianças que crescem em um ambiente culturalmente diverso tendem a desenvolver maior sensibilidade, empatia e entendimento das dinâmicas sociais, além de se tornarem mais conscientes de seus direitos e responsabilidades.
Investir em cultura é investir em uma sociedade mais criativa, conectada e preparada para enfrentar desafios coletivos. Em um momento em que o mundo busca soluções sustentáveis e inclusivas, a economia circular do mercado cultural se apresenta como uma oportunidade de crescimento e redistribuição de riqueza, criando impactos que vão muito além do setor cultural.
É crucial que iniciativas culturais sejam estimuladas por meio de políticas públicas inclusivas e financiamento adequado. A valorização do trabalho artístico e a ampliação do acesso à cultura são investimentos no desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária e resiliente. Quando a cultura é reconhecida como prioridade, ela transforma indivíduos e comunidades, tornando-se alicerce de um futuro mais promissor.
Fontes utilizadas: https://www.itaucultural.org.br/observatorio/paineldedados/publicacoes/boletins/pib-da-economia-da-cultura-e-das-industrias-criativas-a-importancia-da-cultura-e-da-criatividade-para-o-produto-interno-bruto-brasileiro https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/noticias/estudo-mostra-que-pib-da-cultura-supera-o-da-industria-automobilistica https://istoedinheiro.com.br/para-cada-r-1-investido-pela-lei-paulo-gustavo-retorno-e-de-r-651-aponta-fgv/
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